Mais de 100 profissionais do paradesporto em Itajaí foram surpreendidos nesta semana com o cancelamento de duas parcelas dos programas de bolsa atleta e bolsa técnico. A prefeitura anunciou que, devido a cortes de gastos, todas as atividades relacionadas ao paradesporto estão encerradas. Até os treinos foram proibidos nos espaços esportivos administrados pela Fundação Municipal de Esporte e Lazer (FMEL).
A última parcela do benefício será paga ainda em novembro, mas as de novembro e dezembro, previstas em edital, foram canceladas. Este ano, 110 profissionais entre atletas, treinadores e guias receberam 10 parcelas que variavam entre R$ 800 e R$ 1200. O corte afeta diretamente a preparação para competições e compromete a subsistência de muitos atletas que dependem dessa renda.
A situação é crítica para os 10 atletas de Itajaí inscritos no Campeonato Brasileiro de Atletismo Paralímpico, marcado para o início de dezembro, em São Paulo. Sem o recurso, que seria usado para custear a viagem, eles correm o risco de não competir. Essa ausência pode gerar a perda de bolsas nacionais e estaduais, fundamentais para o sustento de muitos competidores.
Sidney Reinhold, técnico de atletismo paralímpico, alertou para os impactos futuros. “Há o risco de uma debandada de atletas para outras equipes. Isso compromete não apenas o ano de 2025, mas também toda a estrutura do paradesporto de Itajaí.” Segundo ele, muitos profissionais estão com dificuldades financeiras e veem o cancelamento como um golpe devastador.
A FMEL justificou os cortes como uma medida para equilibrar as contas no final de mandato. Em resposta às críticas, a prefeitura afirmou estar negociando com a Câmara de Vereadores para destinar parte dos recursos do duodécimo à regularização dos pagamentos. A promessa, no entanto, ainda não traz alívio para os atletas, que enfrentam a incerteza em meio à preparação para a competição mais importante do ano.
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