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Caixa Econômica demite ex-vice-presidente por justa causa após denúncias graves de assédio

22 nov 2024 | Estadual e Nacional, Policial e Segurança, Política e Educação

O ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Antônio Carlos Ferreira de Sousa, foi demitido por justa causa nesta sexta-feira (22/11), após a conclusão de uma investigação conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU). A demissão, publicada no Diário Oficial da União, decorreu de denúncias de assédio moral e sexual registradas por empregados do banco, envolvendo práticas reiteradas de condutas abusivas.

Funcionário de carreira da Caixa desde 1989, Antônio Carlos Ferreira ocupou diversos cargos de relevância, incluindo uma longa passagem no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) entre 2003 e 2018. Em 2021, foi nomeado vice-presidente de Logística e Operações durante a gestão de Pedro Guimarães, outro dirigente envolvido em escândalos de assédio na instituição. Desde julho de 2022, Ferreira já estava afastado de suas funções, enquanto as investigações prosseguiam.

As denúncias surgiram por meio do canal Contato Seguro, com relatos que apontavam destituições arbitrárias, perseguições e tratamento humilhante a empregados. Segundo a CGU, o assédio sexual incluía elogios inapropriados, insinuações de cunho sexual e convites insistentes, enquanto o assédio moral era caracterizado por humilhações, ameaças e constrangimento reiterado, criando um ambiente de trabalho tóxico e hostil.

Em nota, a CGU destacou que o processo investigativo confirmou a gravidade das acusações, reforçando o compromisso com um ambiente de trabalho respeitoso. “A decisão demonstra a importância de canais de denúncia e investigações rigorosas para combater práticas incompatíveis com os valores institucionais”, afirmou o órgão. Já a Caixa informou que aprimorou seus mecanismos de governança e proteção aos denunciantes, comprometendo-se com a transparência e medidas firmes contra abusos.

O escândalo de assédio na Caixa ganhou visibilidade em 2022, com a divulgação de denúncias contra o então presidente do banco, Pedro Guimarães. Reportagens revelaram comportamentos abusivos, incluindo toques íntimos não autorizados e convites inadequados, com base nos depoimentos de diversas mulheres que trabalharam diretamente com ele. Os casos resultaram na abertura de múltiplas investigações e na intensificação do debate sobre a necessidade de ambientes corporativos seguros e respeitosos.

A demissão de Antônio Carlos Ferreira, assim como as punições em casos similares, destaca a relevância de medidas preventivas e investigativas no combate a práticas abusivas em instituições públicas. A Caixa reiterou seu compromisso com a ética, afirmando que seguirá implementando políticas que garantam o respeito e a proteção de seus colaboradores.

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