O mercado financeiro projeta que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcance 4,9% em 2024, conforme o último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (30/12). Apesar de uma leve redução em relação às previsões anteriores, o índice permanece acima do teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2025, a estimativa é ainda mais preocupante, com uma inflação de 4,96%.
O CMN estabeleceu para ambos os anos uma meta central de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. No entanto, os analistas do mercado acreditam que o índice seguirá ultrapassando o teto, reforçando os desafios para o controle da inflação no curto prazo. Para 2026 e 2027, as projeções são de 4,01% e 3,83%, respectivamente, sinalizando um cenário de persistente pressão inflacionária.
Além da inflação elevada, a taxa Selic também deve continuar subindo. Após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a taxa básica de juros de 11,25% para 12,25% ao ano na última reunião, o mercado agora estima que a Selic alcance 11,75% em 2024 e atinja o pico de 14,75% em 2025. A decisão de aumentar os juros reflete o esforço para conter a alta dos preços e estabilizar a economia.
A elevação do dólar também contribui para a pressão inflacionária. Na última semana, a moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 6,19, puxada por incertezas econômicas e o impacto do pacote de revisão de gastos públicos aprovado pelo Congresso Nacional. A nova estimativa do Focus é que o dólar encerre 2024 cotado a R$ 6,05, acima da previsão anterior de R$ 6.
Os analistas do Banco Central ainda preveem um crescimento econômico moderado, com uma taxa de 3,49% em 2024. No entanto, o cenário de inflação persistente, juros elevados e valorização cambial pode limitar o avanço da economia nos próximos anos, tornando o controle fiscal e as políticas monetárias fatores ainda mais críticos para o equilíbrio econômico.
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