Uma disputa judicial milionária colocou uma ganhadora da Mega-Sena e seu ex-marido em lados opostos. A mulher, que recebeu R$ 103 milhões no concurso 2306 da Mega-Sena em outubro de 2020, afirma ter ganho o prêmio sozinha. Já o ex-marido, que era motorista de kombi, alega que os dois viviam em união estável antes do casamento e que tem direito a metade do valor.
O casal começou a namorar em abril de 2020, noivou em agosto e casou-se em outubro, 22 dias após o prêmio ser anunciado. Porém, o casamento durou apenas nove meses. Segundo ela, o divórcio foi motivado por “grosserias” e maus-tratos do companheiro. Apesar disso, a mulher doou R$ 10 milhões a ele e R$ 1 milhão a cada um dos filhos dele antes de mudar de cidade por questões de segurança.
O ex-marido entrou com processo pedindo R$ 66 milhões, alegando que o prêmio foi sacado de uma conta conjunta, que os números apostados eram seus e que o casal mantinha união estável antes do casamento. Contudo, documentos da Caixa Econômica mostram que a conta era individual, e a mulher nega que eles viviam juntos antes do matrimônio, afirmando que morava em sua barraca de lanchonete enquanto ele vivia na casa da irmã.
A discussão central do processo é se havia ou não união estável antes do casamento. Segundo a defesa do ex-marido, o relacionamento era público e com intenção de formar família, enquanto a mulher sustenta que era evangélica e não mantinha relações íntimas antes do casamento. O caso se complica com divergências nos depoimentos e a ausência de provas concretas sobre convivência.
Em dezembro de 2023, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 66 milhões do prêmio, mas encontrou apenas R$ 22,5 milhões em contas da ganhadora. Em fevereiro de 2024, 10% desse valor foi liberado para ela. Parte do prêmio já havia sido utilizada em doações e investimentos.
O caso segue em tramitação, e o futuro do dinheiro ainda será decidido pela Justiça. Enquanto isso, a milionária vive com os valores liberados, enquanto o ex-marido busca reconhecimento de seu direito à fortuna, sustentando que foi vítima de atitudes “sorrateiras”.
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