
O médico José Silvério Assunção, vice-presidente da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do DF (Coopanest-DF), é um dos principais alvos da Operação Toque de Midaz, deflagrada nesta quinta-feira (10). A investigação aponta que ele integra um esquema milionário de cartel envolvendo anestesistas, acusado de práticas anticompetitivas e manipulação de valores pagos por planos de saúde.
Além de denúncias de monopólio e intimidação a colegas de profissão, José Silvério já foi condenado judicialmente por erro médico grave. Ele deixou uma paciente em estado vegetativo após complicações anestésicas em uma cirurgia de apendicite, ocorrida em 2006 no Hospital Santa Lúcia. A mulher permaneceu nesse estado por 12 anos, até falecer em 2018.
A operação atingiu ainda outros seis profissionais ligados à Coopanest, incluindo Pablo Pedrosa Guttenberg, integrante do Conselho Fiscal da cooperativa. Os médicos são acusados de ameaçar profissionais independentes, coagir concorrentes e controlar de forma agressiva o mercado de anestesiologia em hospitais estratégicos do Distrito Federal.
Os investigados poderão responder por organização criminosa, formação de cartel, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro. A ação foi coordenada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) com apoio do MPDFT e da Divisão de Inteligência Policial (Dipo). A defesa de José Silvério ainda não foi localizada.
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