O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), exonerou o diretor do SC Saúde, Levy Hermes Rau, após surgirem suspeitas de irregularidades envolvendo a aprovação de cirurgias na clínica particular de Rau. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado na segunda-feira (11). Além de Rau, o coordenador geral da instituição, Leandro José João, também foi afastado de suas funções. A medida é uma resposta às denúncias de que o plano de saúde dos servidores estaduais teria aprovado procedimentos médicos realizados pelo próprio diretor, prática que levantou questões éticas e suspeitas de favorecimento.
Levy Hermes Rau assumiu o cargo de diretor do SC Saúde em fevereiro deste ano e, durante seu período de gestão, teria recebido valores que, somados, ultrapassam R$ 200 mil. Segundo o jornal O Globo, parte desses recursos pode ter sido obtida com a realização de cirurgias e procedimentos que, de acordo com as investigações, não seguiram os trâmites regulares do plano de saúde. A suspeita é de que Rau tenha utilizado sua posição para facilitar a autorização de atendimentos em sua própria clínica, o que motivou a decisão do governo estadual de afastá-lo.
A exoneração foi oficializada por Jorginho Mello em meio a uma série de denúncias que envolvem o sistema de saúde de Santa Catarina. Recentemente, outros servidores da área também foram afastados, levantando preocupações sobre a integridade dos processos administrativos e de saúde pública no estado. O coordenador geral do SC Saúde, Leandro José João, foi igualmente afastado, como parte de uma revisão ampla nos processos internos da instituição, que visa garantir a legalidade e transparência nas autorizações de procedimentos médicos para os funcionários do estado.
Em resposta às acusações, a Secretaria de Estado da Administração (SEA) anunciou que instaurou uma sindicância para investigar detalhadamente os procedimentos aprovados durante a gestão de Levy Rau. A SEA é responsável pela administração do SC Saúde, o plano que oferece cobertura para os servidores públicos estaduais. Segundo comunicado oficial, a sindicância interna terá como objetivo esclarecer se houve, de fato, desvio de conduta e uso indevido do cargo para benefícios pessoais, além de identificar se há outros envolvidos nas supostas irregularidades.
As investigações sobre as práticas de Rau e de outros membros da administração do SC Saúde reforçam o compromisso do governo catarinense com a ética e transparência na gestão pública. O caso serve como alerta para práticas suspeitas na administração de serviços públicos, especialmente em áreas que envolvem atendimento à saúde. A administração estadual reiterou que o afastamento de Rau é uma medida preventiva, buscando assegurar o funcionamento ético do SC Saúde enquanto as apurações são concluídas.
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