
A campanha de vacinação contra a dengue em Santa Catarina enfrenta baixa adesão, com menos de 20% do público-alvo – crianças de 10 a 14 anos – completamente imunizado, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Até o momento, já foram registrados 3.302 casos prováveis da doença em 2025, mas a vacinação avança lentamente, o que preocupa as autoridades de saúde diante do aumento das infecções.
Entre os fatores que explicam a baixa cobertura vacinal, destaca-se a limitação de doses distribuídas pelo Ministério da Saúde, que restringiu a aplicação para um grupo etário específico em regiões com maior incidência da doença. Além disso, crianças dessa faixa etária costumam frequentar menos as unidades de saúde em comparação a bebês e idosos, dificultando o alcance da imunização. A distribuição geográfica das doses também influencia, com a vacinação concentrada em cidades maiores como Florianópolis, Joinville e Blumenau.
No Estado, a região do Médio Vale do Itajaí apresenta a menor taxa de vacinação, com apenas 11,68% do público-alvo vacinado, seguida pelo Oeste (12,61%) e pela Grande Florianópolis (16,14%). Apesar dos esforços municipais, como ampliação de horários e mutirões de vacinação nos fins de semana, a adesão ainda é considerada insuficiente para conter a disseminação do vírus e evitar complicações graves da doença.
A vacina contra a dengue, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2023, é aplicada em duas doses com intervalo de 90 dias e tem como principal objetivo evitar a evolução para formas graves da infecção. Autoridades de saúde reforçam o apelo para que os pais levem seus filhos aos postos de vacinação, destacando que a imunização é uma ferramenta essencial para conter a doença.
Além da vacinação, medidas preventivas seguem sendo fundamentais no combate à dengue, como eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, vedar reservatórios de água e utilizar repelentes. Com o aumento de casos no Brasil e o registro de 6,6 milhões de infecções em 2024, especialistas alertam que a combinação entre imunização e ações de controle do vetor é essencial para evitar uma crise ainda maior no Estado.
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