Com o prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda 2025 chegando ao fim (30/05), milhões de brasileiros ainda correm contra o tempo para reunir documentos e enviar as informações à Receita Federal. O problema é que essa correria de última hora esconde riscos sérios. Segundo a advogada tributarista Daniela Cristina Trentin, o maior erro é tratar o IR como uma obrigação apenas anual. “A declaração é o fim de um processo. Quem não organiza as finanças ao longo do ano chega agora com dúvidas, documentos faltando e risco real de cair na malha fina”, alerta.
Entre os erros mais comuns estão a omissão de rendimentos — principalmente de quem tem mais de uma fonte pagadora, aposentadorias, aluguéis ou dependentes — e o lançamento de despesas médicas sem os devidos comprovantes. Além disso, muitos esquecem de declarar investimentos, rendimentos de ações ou do exterior. A escolha errada entre o modelo simplificado e o completo também pode impactar diretamente no valor a pagar ou na restituição.
Para quem não conseguir reunir toda a documentação até o prazo final, a especialista recomenda enviar a declaração mesmo que incompleta e depois fazer uma retificação. Isso evita a multa automática por atraso, que começa em R$ 165,74 e pode chegar a 20% do imposto devido.
Mais do que uma obrigação, a declaração do IR também pode ser uma ferramenta de planejamento financeiro. Daniela ressalta que o contribuinte pode aproveitar esse momento para avaliar sua vida financeira, identificar oportunidades de economia legal e até decidir se é hora de abrir um CNPJ, no caso de autônomos. A organização, segundo ela, é a chave. “Manter uma pasta — física ou digital — com informes de rendimento, extratos bancários, recibos médicos, comprovantes de educação e investimentos faz toda a diferença. Pequenos hábitos de controle ao longo do ano evitam grandes dores de cabeça em maio”, conclui.
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