
O número de denúncias de intolerância religiosa em Santa Catarina cresceu 75% em 2024, de acordo com dados divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). No estado, 65 ocorrências foram registradas pelo Disque 100, superando as 37 denúncias de 2023. Apesar do aumento significativo, Santa Catarina registrou o menor número de casos entre os estados do sul do Brasil, com Paraná (90 casos) e Rio Grande do Sul (151 casos) liderando na região.
Em todo o país, o Disque 100 contabilizou 2.472 denúncias em 2024, marcando um aumento de 66,8% em relação a 2023. Comparando os dados com 2021, o salto é ainda mais expressivo, representando um crescimento de 323%. A maior parte das denúncias nacionais teve como vítimas adeptos de religiões afro-brasileiras, como Umbanda (151 vítimas) e Candomblé (117). No entanto, outros segmentos, incluindo evangélicos e católicos, também relataram casos de discriminação.
A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, reforçou o compromisso do Estado com a pluralidade religiosa durante o evento “O Papel da Religião para a Promoção da Paz”, em Brasília. Ela destacou a importância da laicidade como garantia da convivência pacífica entre diferentes crenças. A data de divulgação dos dados, 21 de janeiro, também marcou o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, criado em homenagem à Mãe Gilda de Ogum, vítima de perseguição religiosa e ativista pela liberdade de culto.
Além dos dados alarmantes, o relatório apontou que as principais vítimas de intolerância religiosa em 2024 foram mulheres, que representaram 57,6% das denúncias. Homens foram alvo em 33,4% dos casos, enquanto o restante envolveu famílias ou comunidades inteiras. A gravidade da situação reflete a urgência de medidas de conscientização e proteção aos direitos religiosos no Brasil.
Para denunciar casos de intolerância religiosa, o MDHC disponibiliza canais como o Disque 100, WhatsApp, Telegram e videochamadas em Libras. O serviço é gratuito, anônimo e opera 24 horas por dia. As denúncias são encaminhadas aos órgãos competentes, e é essencial fornecer o máximo de detalhes para auxiliar na investigação.
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