
Em 2024, Santa Catarina registrou alarmantes 24,7 mil denúncias, correspondendo a 164,7 mil violações de direitos humanos, o que equivale a cerca de 450 casos por dia. Esses dados, obtidos através do canal Disque 100 do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), mostram um aumento significativo de 29% nas denúncias e 35% nas violações em comparação a 2023, superando a média nacional de crescimento de 22,6%. O estado ocupa o oitavo lugar no ranking de mais denúncias, atrás de estados como São Paulo e Rio de Janeiro.
As crianças e adolescentes continuam sendo os grupos mais vulneráveis, representando 37,8% das denúncias. Além deles, mulheres, idosos e pessoas com deficiência também são fortemente afetados pelas violações, com destaque para a violência doméstica, onde o grau de parentesco entre vítima e suspeito é frequentemente observado, como mães, pais e filhos envolvidos em boa parte dos casos.
A maior parte das violações ocorre no ambiente familiar, sendo denunciada por terceiros. As vítimas, na maioria das vezes, residem no mesmo local que os suspeitos, o que torna a situação ainda mais grave. A violência contra mulheres corresponde a 14,6% das denúncias, e contra idosos, 23,46%, com casos recorrentes de abuso físico e psicológico.

Entre os tipos de violação mais comuns, estão atentados à integridade, com destaque para os abusos sexuais, além de violações de liberdade, direitos sociais, e violência institucional. Também há registros de violação de direitos civis e políticos, refletindo o crescente clima de tensão em diversas áreas da sociedade.
Santa Catarina também apresenta uma vulnerabilidade expressiva entre a população LGBTQIA+ (1,06%) e pessoas em situação de rua (0,45%), grupos que continuam a ser alvos de discriminação e violência. A violência institucional também se apresenta como uma preocupação crescente no estado, com cidadãos enfrentando agressões dentro do sistema de segurança e saúde.
O Disque 100 segue funcionando como um canal essencial de denúncia e acolhimento, oferecendo um pronto atendimento para situações de violação em tempo real, com encaminhamento aos órgãos responsáveis. O serviço é gratuito e disponível todos os dias, das 8h às 22h, atendendo vítimas de diversas populações vulneráveis, como crianças, idosos, indígenas e pessoas com deficiência.
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