
O SINDIPI (Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região) protocolou nesta segunda-feira (10) um ofício solicitando a revisão da proposta do Governo Federal que zera os impostos para a importação de sardinha enlatada. A medida, anunciada pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, reduziria a alíquota de 32% para zero, podendo afetar gravemente a indústria conserveira nacional, que tem em Santa Catarina seu principal polo de produção.
Segundo o presidente do SINDIPI, Agnaldo Hilton dos Santos, a isenção total de impostos pode desencadear um efeito cascata, colocando em risco toda a cadeia produtiva. A sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis) é o principal recurso da pesca extrativa brasileira, e em 2024 o país teve uma safra histórica de mais de 100 mil toneladas, suficiente para abastecer 90% da indústria conserveira nacional.
Atualmente, cerca de 180 embarcações operam na captura da sardinha nas regiões Sul e Sudeste, movimentando a produção de mais de 600 milhões de latas por ano e gerando mais de 30 mil empregos diretos e indiretos. Para o setor, a decisão do governo contraria o incentivo à produção nacional e pode comprometer milhares de postos de trabalho.
O pedido de revisão foi encaminhado ao Governo Federal e será discutido em uma reunião entre o SINDIPI e o Ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, na próxima semana, em Brasília. A expectativa do setor é que o governo reavalie os impactos da proposta e considere medidas que fortaleçam a indústria nacional.
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